Indicadores econômicos: tendências, riscos e oportunidades para as médias empresas no 2º semestre
Ficar de olho nos indicadores econômicos é uma necessidade permanente para as médias empresas. Afinal, são diversos os fatores da economia que impactam diretamente os negócios. Além disso, acompanhar tendências e projeções é uma forma de gestão inteligente para poder se planejar com maior segurança, seja para se proteger de riscos, seja para aproveitar oportunidades que possam surgir.
Foi com esse propósito que preparamos este blogpost. Nele, você vai encontrar um panorama de como a economia brasileira vem se saindo em 2022 e, principalmente, quais são as perspectivas para o segundo semestre do ano.
Para levantar essas informações, conversamos com Cristiano Oliveira, economista-chefe do Banco Fibra. Ele falou sobre como o crescimento neste primeiro semestre tem sido superior ao projetado no fim do ano passado e como as economias brasileira e global devem se comportar nos próximos meses. Também apontou quais são os principais riscos e oportunidades no horizonte para as empresas. Confira a seguir!
Indicadores econômicos: os primeiros meses da economia em 2022
Geralmente, as análises econômicas conduzem a resultados que podem ser positivos ou negativos dependendo do posicionamento do indivíduo ou da empresa no mercado. Logo, é necessário compreender e contextualizar cada resultado para se obter vantagens competitivas, já que se pode tomar ações que otimizem o aproveitamento dos “bons” e reduzam os danos dos “maus” resultados. É com esta perspectiva que podemos avaliar os primeiros meses de 2022.
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Começando pelos bons resultados, o primeiro semestre do ano tem apresentado um crescimento econômico superior ao que era previsto no fim de 2021. Os indicadores mostram uma melhora gradual de performance a cada mês. “Esse restabelecimento vem ocorrendo de forma consistente nos quatro primeiros meses do ano”, explica Oliveira. “Em maio, percebemos uma estabilização dessa taxa de crescimento com relação a abril, mas ainda assim em um patamar mais alto do que no primeiro trimestre.”
Entre os fatores que explicam esse crescimento, está o gradual retorno à normalidade, após os períodos mais críticos da COVID-19. Com o aumento da mobilidade de pessoas, vem o aumento da atividade econômica. “É por isso que o setor que tem apresentado melhor resultado, neste momento, é o de serviços, em especial aquele relacionado ao agronegócio, como transporte, armazenagem e logística”, aponta Oliveira.
Crescimento heterogêneo
Já a notícia ou resultado negativo é que o crescimento não tem se mostrado homogêneo em todos os setores, o que significa que alguns seguem enfrentando desafios relevantes.
Oliveira explica que indicadores de alta frequência mostram que a recuperação tem sido mais forte em negócios que atendem às classes A e B, visto que, durante a pandemia, puderam preservar melhor sua renda. Essa recuperação já é bem menor nos segmentos voltados às classes D e E.
A indústria também enfrenta dificuldades, com desempenho inferior ao de serviços. É um setor que tem sofrido com o aumento de custos, parte deles em função de fatores externos, como a invasão da Ucrânia pela Rússia, dentre outros.
Projeções para o 2º semestre de 2022
Oliveira avalia que o ritmo de crescimento visto no início deste ano deve perder fôlego no segundo semestre. Ele aponta que a economia passa por um momento de ajuste, com aumento nas taxas de juros tanto nos EUA quanto no Brasil. Como o efeito de aumento de juros tende a levar meses para atingir seu impacto máximo, provavelmente isso ocorrerá nos próximos meses, tendo como resultado uma redução da liquidez no mercado internacional e, consequentemente, aumento do custo de captação por parte das empresas no exterior.
“Aqui, no Brasil, estamos no final de um ciclo de aperto monetário (aumento da taxa de juro) que reflete no custo do dinheiro, do crédito. O efeito máximo disso leva alguns trimestres para aparecer plenamente no ‘lado real’ da economia”, pondera Oliveira.
Além do aumento da taxa de juros nos Estados Unidos e no Brasil, Oliveira aponta um terceiro fator de volatilidade: as eleições que acontecem este ano no Brasil. “O processo eleitoral deve afetar muitas variáveis financeiras no segundo semestre. Isso acontece por causa de uma série de incertezas não apenas sobre quem será eleito, mas sobre quais serão as medidas econômicas adotadas e qual será o comprometimento com as reformas que precisam ser feitas.”
Inflação e mercado de trabalho
Na visão de Oliveira, o processo de desinflação ainda deverá ocorrer ao longo dos próximos meses. Porém, a velocidade desse processo será bastante gradual. Desse modo, o impacto negativo na economia da alta de preços deve perdurar até meados de 2023.
Já no mercado de trabalho, temos visto um aumento no número de vagas sendo criadas, que é mais um sinal positivo de melhora na economia. Por outro lado, quando se analisa essa melhora detalhadamente, nota-se queda no rendimento (salários) o que, obviamente, tem impacto negativo sobre o consumo agregado.
Riscos e oportunidades da economia no 2º semestre
Na avaliação de Oliveira, o grande risco que as empresas podem correr é o de não se planejar financeiramente para os próximos meses. “Devemos ter um segundo semestre mais volátil do que foi o primeiro, além de crescimento menos acelerado. Isso requer das empresas um rigoroso planejamento financeiro”, explica o economista. “Há oportunidades a ser exploradas. Para alguns segmentos, a demanda deve continuar moderadamente forte, e, dado o ambiente geral, o crescimento deve ser perseguido com muita racionalidade.”
Para se proteger dos riscos da volatilidade, aconselha: “Em cenários de alta volatilidade, vale sempre lançar mão de ferramentas e instrumentos financeiros disponíveis no mercado. Existem soluções bastante sofisticadas que podem proteger e dar previsibilidade às empresas frente às oscilações do mercado, como a variação do dólar e das commodities, por exemplo. Com inteligência e planejamento, é sempre possível minimizar as incertezas”.
Sobre as oportunidades, o destaque fica por conta do investimento em tecnologia, porém, com cautela. “Aliado a um planejamento financeiro de qualidade e realista, acredito que as empresas devem, nesse momento, incrementar a tecnologia em seus negócios. Isso porque existe uma demanda incessante por avanços tecnológicos em todos os setores da economia, independentemente do cenário econômico. As empresas precisam estar preparadas, especialmente porque há no horizonte de médio prazo a perspectiva de um novo ciclo de crescimento.”
Preparação para o próximo ciclo de crescimento
Oliveira finaliza apontando para o futuro e enxergando uma onda de oportunidades que virá para quem souber superar os desafios dos próximos meses. É o que apontam os indicadores econômicos e as projeções de médio e longo prazo.
“Acredito que este seja o momento de as empresas se prepararem para o próximo ciclo de crescimento. Os obstáculos para atravessar esse período seguem sendo bastante desafiadores e vão exigir resiliência e até mesmo austeridade nas finanças. Porém, passado esse período de ajustes nas economias global e local, terá início um novo período de forte crescimento econômico. Isso deve acontecer em cerca de um ano e meio, e o Brasil tem tudo para estar inserido nesta onda”, avalia o economista.
O cenário é desafiador, e contar com um parceiro capacitado e que entende os próximos movimentos do mercado é fundamental para o sucesso da sua empresa. Para ajudar você a superar os desafios dos próximos meses, o Fibra tem uma equipe especializada em médias empresas, soluções sob medida e um atendimento ágil.
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