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O mercado de café e suas perspectivas para os próximos anos

O Brasil é uma peça-chave no mercado mundial de café. Afinal, o país é o maior produtor e exportador do grão, abastecendo diversas nações consumidoras. Nos últimos anos, no entanto, o setor tem enfrentado desafios significativos.

Destaca-se que o preço do café tem aumentado continuamente, impactando os custos de produção e as vendas. Diante desse cenário, os produtores precisam se adaptar e planejar estratégias para garantir a competitividade e a sustentabilidade do negócio.

Portanto, confira neste artigo, preparado pelo time do Banco Fibra, o atual cenário do mercado de café e as suas perspectivas para os próximos anos!

Qual é o cenário atual do mercado de café?

O mercado de café tem apresentado um cenário dinâmico nos últimos meses. O alto preço cobrado pelo grão não se deve a um fato isolado, mas a uma convergência de fatores que trazem volatilidade às negociações dessa commodity.

Desde o final de 2023, as cotações seguem em uma tendência de alta, seja do grão do tipo arábica ou robusta (conilon). Isso é o que revelam os dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

O preço de uma saca de 60 kg do arábica foi de R$ 810,91 em setembro de 2023 para R$ 1.940,02 em agosto de 2025 — um aumento em torno de 139%. Já o robusta saiu de R$ 647,66 para alcançar R$ 1.184,28, uma alta por volta de 82% considerando o mesmo peso e datas do arábica.

Conheça os principais fatores que contribuíram para a elevação!

Problemas climáticos

Eventos climáticos como secas prolongadas, geadas severas e chuvas excessivas e fora de época prejudicam diretamente o ciclo do café. Além de reduzirem a produtividade, eles podem impactar a uniformidade e qualidade dos grãos, influenciando os preços.

Por exemplo, uma seca no Vietnã reduziu a produção do grão tipo robusta, segundo matéria da Bloomberg de março de 2025. A estimativa era que a safra 2024/2025 do país ficaria em 26,5 milhões de sacas, inferior aos 27 milhões do ano anterior, agravando a escassez do produto.

Câmbio elevado

Outro fator que impacta o mercado de café no país é o preço do dólar. A valorização da moeda norte-americana frente ao real tornou o grão brasileiro mais competitivo no mercado internacional, impulsionando as exportações.

Por outro lado, um câmbio elevado aumenta o preço do café no mercado interno, já que há uma tendência maior de exportação que permite aumentar as margens de lucro dos produtores. A dinâmica tende a reduzir o consumo no varejo, e pode afetar produtores que negociam apenas internamente.

Tarifaço dos EUA

Parte da alta do preço do café em 2025 tem relação com a tarifa de 50% imposta pelo Governo de Donald Trump sobre diversos produtos brasileiros. Até 2024, os EUA eram os maiores compradores do café brasileiro, mas as taxas afetaram as negociações.

Entre janeiro e julho de 2025, as exportações para os EUA estavam em 3.713.307 sacas. Isso significa que houve uma redução de 17,86% em comparação ao mesmo período de 2024, quando foram exportadas 4.520.653 sacas. Os dados são do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Quais são as perspectivas para o café nos próximos anos?

As projeções para a safra brasileira de café de 2025/2026 indicam um cenário ainda marcado por incertezas. Uma redução do preço do grão costuma ser esperada apenas caso os principais países produtores não enfrentem problemas climáticos, como os observados em 2024.

Conforme noticiado pela Revista Cafeicultura, cobrindo o 7º Fórum Café e Clima, ocorrido em agosto de 2025, o cenário para 2026 continuaria desafiador. Isso porque o atraso nas chuvas reduziu o crescimento dos ramos, limitando o potencial produtivo de café.

No mesmo sentido, segundo matéria do Portal do Agronegócio, com dados da consultoria StoneX, a safra de 2025/2026 deve totalizar 62,3 milhões de sacas de 60 kg. O resultado representa redução de 3,4% em relação à estimativa anterior feita pela consultoria.

O resultado não deve ser suficiente para gerar uma oferta excessiva do produto no mercado. Isso significa que existe a possibilidade de os preços continuarem altos. Agora, caso o real permaneça desvalorizado frente ao dólar, o Brasil tende a se manter competitivo nas exportações.

Contudo, enquanto for mantida a taxação de 50% dos EUA ao café brasileiro, o país precisará buscar outros compradores para seu produto. Uma eventual impossibilidade de manter as exportações pode forçar o escoamento da safra no mercado interno, aliviando o preço para o consumidor final.

Como o produtor deve se preparar para esse cenário?

Ainda que as perspectivas sejam positivas para o produtor de café, ele tem que estar preparado para conseguir aproveitar esse cenário e se proteger de mudanças repentinas.

Veja como fazer para não ser surpreendido!

Adaptação às mudanças climáticas

Como você viu, os efeitos do clima têm sido cada vez mais frequentes e imprevisíveis. Logo, os cafeicultores precisam investir em práticas de manejo mais eficientes, irrigação, sombreamento e tecnologias que reduzam os impactos na lavoura.

Necessidade de estar presente em novos mercados

Com a possibilidade de enfrentar taxações, como a imposta pelos EUA, os produtores devem diversificar seus canais de venda. Além dos compradores tradicionais, é importante explorar novos mercados — sejam internos ou externos.

Gestão financeira eficiente

Manter a saúde financeira do seu negócio é fundamental para seu crescimento no longo prazo. Isso envolve o controle rigoroso dos custos, manutenção de um fluxo de caixa equilibrado e a criação de uma reserva financeira para momentos de baixa liquidez ou redução do preço do café.

Acesso a crédito especializado

A busca por crédito especializado permite ao produtor investir em tecnologia, custear a safra e se preparar para momentos de instabilidade. Nesse sentido, vale conferir as soluções de crédito oferecidas pelo Banco Fibra.

Entre elas estão o repasse dos recursos do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira), destinados ao financiamento da cadeia de produção de café no país.

Vale saber que o acesso aos recursos do Funcafé está condicionado ao cumprimento dos requisitos estabelecidos na regulamentação vigente. Isso inclui as normas do Manual de Crédito Rural (MCR) e demais diretrizes aplicáveis, bem como a análise de crédito pelo Banco Fibra.

Esse capital pode ser usado para diferentes finalidades, como:

  • Custeio;
  • Comercialização;
  • FAC (Financiamento para Aquisição de Café);
  • Capital de giro.

O acesso a crédito estruturado de forma adequada ajuda o produtor ou comerciante de café a manter a competitividade e a se proteger diante de imprevistos. Assim, você pode aproveitar o cenário esperado para o setor nos próximos anos.

Você viu que o mercado de café vive um momento de preços elevados, resultado da combinação de fatores climáticos, câmbio e políticas comerciais. Para a safra 2025/2026, espera-se uma leve queda na produção, demandando uma preparação de quem atua no setor para aproveitar esse cenário.

Quer saber mais detalhes sobre como seu negócio pode acessar os recursos do Funcafé? Entre em nosso site e confira!

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