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Painel eletrônico exibindo cotações do mercado financeiro com números em verde e vermelho. Os valores em verde indicam altas, acompanhados de setas para cima e percentuais positivos, enquanto os valores em vermelho indicam quedas, com setas para baixo e percentuais negativos. Cada linha mostra preços, variação percentual e volume negociado, simulando um quadro típico de bolsa de valores.

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Como fazer hedge cambial e ter proteção ao importar ou exportar?

As operações de importação e exportação fazem parte da rotina de diversas empresas brasileiras, como muitas daquelas que atuam no agronegócio. Entretanto, muitas delas não dão a devida atenção para os instrumentos de hedge cambial.

O objetivo dessas ferramentas é trazer mais previsibilidade financeira para os negócios e reduzir o risco das transações. Além disso, há diversos instrumentos disponíveis no mercado, cada um com suas próprias características de funcionamento.

Neste artigo, você entenderá mais sobre a relevância do hedge cambial no comércio internacional e verá como aproveitar esses instrumentos de proteção. Acompanhe a leitura!

Qual o papel das operações de câmbio no comércio exterior?

As operações de câmbio são constantes no planejamento de importadoras e exportadoras. No comércio exterior, toda negociação comercial acontece em moeda estrangeira e, globalmente falando, as transações entre diferentes companhias e países são realizadas principalmente em dólar.

O estudo “The International Role of the U.S. Dollar”, de 2025, do Federal Reserve (Fed), órgão que atua como banco central dos Estados Unidos, demonstra esse destaque.

De acordo com a entidade, entre 1999 e 2019, foram registrados os seguintes números:

  • 96% das operações de comércio exterior foram faturadas em dólar nas Américas;
  • 74% na região da Ásia-Pacífico;
  • 79% no resto do mundo.

A única exceção é a Europa, onde o euro se tornou a moeda mais usada nas transações, com 66% de participação. Ainda assim, mesmo no continente europeu, o dólar manteve presença relevante como a segunda moeda mais utilizada.

 Para empresas exportadoras e importadoras que não detenham contas em moeda estrangeira, o câmbio desempenha papel essencial em suas negociações.

No caso das importações, a empresa deve converter reais em moeda estrangeira para honrar contratos e pagar mercadorias adquiridas fora do país.

Já nas exportações, o recebimento ocorre em moeda estrangeira, e a conversão para reais será feita para que a empresa possa cumprir com os seus compromissos financeiros no Brasil.

Quais são os riscos cambiais para importadoras e exportadoras?

O câmbio é uma das áreas mais voláteis do mercado de capitais. Moedas como o dólar estão sujeitas a movimentos bruscos (de alta e baixa) que podem acontecer em questão de minutos — em especial em mercados emergentes, como o brasileiro.

Fatores como crises políticas, mudanças na taxa de juros, instabilidade internacional e até variações nos preços das commodities tendem a afetar a cotação do dólar e de outras moedas fortes. Isso se dá pelos efeitos da lei da oferta e da demanda no mercado.

Para compreender melhor, imagine que indicadores econômicos mostram que o Brasil está em um período de crise fiscal. Diante da situação, é comum que ele seja visto como um mercado de mais alto risco internacionalmente.

A partir daí, uma tendência é haver menor entrada de capital estrangeiro, como o dólar, no país. Com menos oferta, existe a possibilidade de a moeda norte-americana se valorizar diante do real.

Embora esse cenário seja apenas um exemplo e mais elementos influenciem a cotação, ele ajuda a ter uma noção da volatilidade cambial. Para importadoras, a oscilação pode encarecer o custo das mercadorias adquiridas no exterior.

Por exemplo, se a empresa se comprometeu a fazer um pagamento parcelado para um fornecedor estrangeiro, a alta do dólar demandará uma quantia maior em reais para cobrir o custo da operação. Sem proteção, a situação reduz a margem de lucro da operação e compromete seu caixa.

No caso das exportadoras, o risco está no movimento contrário. Se a moeda estrangeira cair entre a assinatura do contrato e o recebimento, a empresa pode acabar recebendo menos do que o previsto e ter problemas na gestão financeira.

O que é hedge cambial e qual é a importância?

O hedge cambial é uma estratégia utilizada principalmente pelas empresas para se proteger das oscilações do dólar e de outras moedas estrangeiras. Ele contempla o uso de instrumentos financeiros que viabilizam maior previsibilidade na taxa de câmbio a ser utilizada na operação.

É possível considerar o hedge cambial como uma  forma de proteção contra a volatilidade das moedas. Em vez de ficarem expostas às variações do mercado, as empresas definem as condições para conversão, seja no momento do pagamento de importações ou no recebimento pelas exportações.

Assim, o hedge é importante para a gestão de riscos. Quando a empresa adota essa estratégia, ela consegue planejar seus custos e receitas com mais facilidade, sem que mudanças inesperadas no câmbio comprometam seu caixa ou reduzam suas margens de lucro.

Quais os principais instrumentos para sua empresa fazer hedge cambial?

Existem diferentes formas de realizar hedge cambial, cada uma adequada a objetivos e perfis específicos de empresas. O Banco Fibra disponibiliza instrumentos como:

Entenda mais sobre essas alternativas!

Swap cambial

No swap cambial, ocorre a troca de indexadores entre duas partes — empresa e instituição financeira. Por exemplo, a primeira pode trocar a variação do dólar por uma taxa referenciada ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) ou prefixada, reduzindo impactos da oscilação cambial.

Essa é uma forma de ter maior estabilidade em relação às contas ou pagamentos a receber em moeda estrangeira, buscando outro indexador mais favorável para o negócio.

Options

Já as Options dão ao cliente o direito, mas não a obrigação, de comprar (call) ou vender (put) uma moeda a um preço definido em uma data futura. Para tanto, paga-se um prêmio no momento da contratação.

A vantagem está na flexibilidade desse tipo de operação. Se o câmbio se mover a favor da empresa, ela não precisa exercer a opção e perde o prêmio pago. Já se o movimento for desfavorável, ela consegue exercer a opção com o objetivo de garantir estabilidade. Isso traz maior segurança e previsibilidade para o caixa.

NDFs

Por fim, o NDF é um contrato a termo que fixa a cotação futura de uma moeda, porém, sem entrega física. No vencimento, há apenas a liquidação financeira, que ajusta a diferença entre a taxa contratada e a cotação de mercado.

De maneira geral, todos esses instrumentos são alternativas eficientes para mitigar riscos cambiais. A escolha entre eles depende do tipo de operação e da abordagem financeira adotada para proteger o negócio no comércio exterior.

Neste conteúdo, você entendeu a relevância do hedge cambial para proteger importadoras e exportadoras da volatilidade cambial. Fazendo uso da estratégia, elas conseguem trazer mais previsibilidade para a operação.

Quer compreender melhor a atuação do Banco Fibra nesse mercado? Saiba mais sobre nossos serviços e soluções!

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